Durante um bom tempo ouvi falar sobre zona de conforto e até li sobre o assunto, sem me dar conta de que eu também estava nela. Afinal, eu tinha uma rotina e ao meu ver, a rotina não é algo totalmente ruim já que precisamos do mínimo dela para viver de forma produtiva em sociedade. O grande problema é que existe uma linha fácil de ser ultrapassada entre a rotina e a zona de conforto. Difícil foi perceber que a situação em que eu me encontrava já não se tratava de rotina. Eu estava vivendo no piloto automático, em um emprego que eu não gostava e nem desgostava, e afinal, para que eu procuraria outra coisa se a situação estava cômoda? Por qual motivo eu iria atrás de novos desafios se já estava craque no que eu fazia? Para que lidar com meus medos de frente se eu poderia simplesmente deixá-los ali quietinhos? Para que deixar algo que já tem o conforto no nome? Não me parecia muito inteligente..
Esse não é um daqueles textos em que a pessoa larga tudo, se demite e viaja o mundo – infelizmente, afinal, vontade não me falta – mas de uma pessoa que viajou sozinha pela primeira vez (O primeiro mochilão a gente não esquece), fez uma analise da própria vida e que resolveu ir atrás de algo que fizesse sentido nessa existência.
Todos sabem como eu recomendo que as pessoas viajem sozinhas (5 motivos para viajar sozinho), e isso se dá justamente pela importância que as viagens tem exercido na minha vida. Ao viajar sozinha nos deparamos com diversas situações que nos põem medo e que temos que decidir o que fazer, encarando todos os possíveis riscos. (Juliana pondo um draminha básico na situação kk), mas é isso, foi pensando na vida diante de diversas paisagens, no nosso proposito aqui na Terra, vendo a minha criatividade aflorar quando eu não a via há um bom tempo, que eu senti alguma coisa pulsando dentro – triste, eu sei – mas foi quando eu entendi que é assim que temos que nos sentir em todos os dias da nossa vida, e não apenas quando estamos viajando.
O resultado disso é que atualmente eu não estou trabalhando, estou fazendo alguns freelas, mas estou feliz e em busca de coisas que de fato façam sentido pra mim. A cada dia aprendo algo diferente e espero estar no caminho certo. Se não tiver, boto fé que o encontrarei..
Pós viagens, e fora da zona de conforto em que estava antes, sinto firmeza para dar a minha dica de hoje: sejam viajantes no seu próprio país, todos os dias. Viajar para outro país é bom, mas temos que nos adequar a nossa rotina diária, e pôr gosto e alegria nas nossas vidas. A vida não tem que ser essa monotonia e esse piloto automático ao qual nos condicionamos, a vida é mais, e é para ser vivida. Eu me propus a provar coisas diferentes sempre que elas aparecessem em meu caminho, e em um intervalo curto de tempo,já tomei café (apesar de não gostar), provei e gostei de palmito, abacaxi e vinho (me julguem, eu não gostava). Já descobri novos caminhos que vão para o mesmo lugar, e fiz coisas diferentes, apenas isso.
Apesar do blog ser do segmento de viagens e eu recomendá-las para todos, afinal, viajar é bão demais, permitam-se viver e aproveitar a vida sem que a viagem se torne uma necessidade. Não saiam da zona de conforto apenas quando estão em uma trip, mas saiam dela diariamente. A vida vai ganhar um gostinho a mais, e vocês verão que ser viajantes na própria cidade é tão bom quanto ser viajantes em qualquer outro lugar! Se descubram e se permitam descobrir..
Depois me contem as novas descobertas, que já estou curiosa…
Embarca Comigo 